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REVISTA DA CULTURA

julho 23, 2009

titulo mindia

foto indiaDepois do sucesso do filme Slumdog Millionaire (Quem quer ser um milionário), o nome Vikas Swarup ficou tão conhecido no mundo quanto o de seu conterrâneo e também escritor Salman Rushdie, que agora está lançando The Enchantress of Florence (ainda sem tradução no Brasil). A diferença é que Swarup aparece como romancista que rompe com uma tradição literária maravilhosa, da qual Rushdie é filiado, e segue na linha das tramas de mistério e suspense que se passam no mundo real. Em seu próximo livro, Six Suspects (previsto para novembro no Brasil), o embaixador indiano, hoje lotado em Pretória, na África do Sul, experimenta uma narrativa polifônica.

Qual será sua próxima obra? Acabo de lançar meu segundo título, que saiu no ano passado [agosto de 2008], na Inglaterra, e está sendo traduzido para 15 línguas, incluindo o português brasileiro. A BBC escolheu o livro para ser adaptado ao cinema. Six Suspects (“Seis suspeitos”, em tradução livre) fala sobre seis pessoas que são acusadas de assassinato em uma investigação. A obra é uma tentativa de experimentar uma narrativa polifônica. Então, usando a anatomia de um homicídio como dispositivo de elaboração, tentei criar uma história com seis vozes diferentes: de um burocrata aposentado, uma atriz de Bollywood, um político ambicioso, um ladrão de celulares, um crédulo americano e até de um homem da idade da pedra.

Em Q&A (Sua resposta vale um bilhão), você trabalhou nesta linha da multiculturalidade. De onde veio a inspiração para escrever o livro que deu origem ao filme de maior sucesso do cinema este ano? Eu gostaria de tocar num fenômeno global estabelecido, que é o do programa de perguntas e respostas da TV, mas de uma maneira diferente. Havia lido reportagens sobre crianças das favelas que nunca tiveram contato com jornais, nem frequentaram a escolas, mas que tiveram uma educação mais fácil por meio do uso dos computadores dentro de um projeto chamado Hole in the Wall. Isto me levou a justapor o formato do quiz show à história de um garçom pobre de 18 anos, que vive em uma das maiores favelas da Ásia. Eu queria mostrar que o conhecimento não é privilégio das elites e que até um garoto como aquele pode vencer um programa desse tipo.

Q&A foi publicado em 2005 e, hoje, temos Obama, um representante do Quênia na presidência dos EUA. Você acredita que o sucesso da publicação e do filme seja fruto deste momento em que se clama por mais igualdade? De algum modo, sim. O livro fala sobre a audácia da esperança. O protagonista, Ram Mohamed Thomas, é um sobrevivente, um lutador. Chega a um ponto de sua vida em que quase desiste, quando decide, então, participar do programa de TV. E, até neste momento final, ele escolhe o perdão em detrimento da vingança. Acho que hoje estamos vendo uma incrível tendência à igualdade. Temos a democracia, que é um grande equalizador – todos têm direito a voto –, e a tecnologia, que é um grande nivelador – alguém com menos condições financeiras, mas com acesso à internet, tem tanto conhecimento à sua disposição quanto um homem rico com uma biblioteca de 100 mil títulos. O Oscar conquistado pelo filme baseado no livro também demonstra quão democrática, no fundo, é a Academia.

Quais são os livros que mais influenciaram você? É difícil dizer. Sou um leitor muito eclético. Alguns de meus favoritos são: Dracula, de Bram Stoker; Disgrace, de J. M. Coetzee; Of Mice and Men, de John Steinbeck; The Trial, de Franz Kafka; Ten Little Niggers, de Agatha Christie; e 1984, de George Orwell. ©

FONTE: http://www2.livrariacultura.com.br/culturanews/rc22/index2.asp?page=literatura

VÍDEO

julho 23, 2009

VÍDEO

julho 23, 2009

REVISTA DA CULTURA

julho 21, 2009

titulo REVISTA 1
Quando o escritor Ronaldo Correia de Brito nasceu, em 1951, na microrregião dos Inhamuns, sudoeste cearense, o sertão ainda era um lugar mítico. Das entranhas da terra castigada pela seca, escorriam rios perenes, brotavam resquícios de Mata Atlântica, nascentes para aves silvestres e rebanhos de gado beberem. Hoje já não há mais: as fazendas e engenhos feudais cederam suas ruínas ao avanço de uma nova civilização, urbana e cética, que devora o solo crestado e cospe sua gente. A profecia de Antônio Conselheiro se fez, enfim, ainda que contraditória: o sertão seco do Nordeste, como o conhecemos, virou um mar de antenas parabólicas, lan houses e jipes.

É neste universo sertanejo ambíguo, sem heróis, cangaceiros ou cavaleiros a galope, que Ronaldo Brito constrói sua literatura singular, realista e original. Uma escrita distante do regionalismo e da romantização narrativa presentes em livros como A bagaceira (1928), de José Américo de Almeida, e O sertanejo (1875), de José de Alencar. Em comum, apenas o lugar, a região esquecida, o povo marcado pela sina da morte e do abandono. Seus personagens trazem consigo a dúvida, a angústia existencial que, invariavelmente, desembocam nas origens e na realidade física decadente.

Dono de uma linguagem pós-moderna, que mescla elementos dos estilos cinematográfico, teatral e, claro, literário, Brito é um dos autores contemporâneos mais comentados pela crítica na atualidade. Médico e dramaturgo, a literatura sempre foi para ele, no entanto, uma amante intensa, mas sem paradeiro. Com três livros de contos – As noites e os dias (1977), Faca (2003) e Livro dos homens (2005) – e uma novela infanto-juvenil (O pavão misterioso, de 2004) publicados, faltava-lhe, para selar a união definitiva, um romance. Ano passado, ele lançou Galileia, uma obra ambientada no sertão cearense que toca em temas, universais como morte, traição e existencialismo. O livro, que seria, inicialmente, uma saga de mil páginas, foi condensado para um quarto do tamanho original. A expectativa pela publicação consumiu quase dez anos de revisões e horas em frente ao computador, já que, para ele, escrever ço de paciência para encontrar as palavras certas.

É preciso entender a relação do escritor com a terra natal, sua fonte de inspiração. A morte desse mundo arcaico e rural que renasce urbano revela um movimento do qual ele mesmo foi protagonista: a migração. Desde os 17 anos, ou seja, há quase quatro décadas, o autor cearense está fixado no Recife, onde estudou e fez faculdade. Foi, porém, em Saboeiro, no sertão dos Inhamuns, que moldou seu imaginário. Aos 5 anos, mudou-se com pai, mãe e três irmãos para o Crato, no Cariri cearense, uma cidade ainda de pequeno porte. “Na verdade, sou uma pessoa que nasceu no sertão, saiu dele e foi morar em uma cidade pequena, ainda no universo rural, mas completamente diferente do sertão”, teoriza Brito.

CRATO, A RIMINI DE RONALDO
E quem disse que o sertão é árido e seco? Uma mesorregião isolada do mundo? Pelo menos, no Crato, a situação era diferente. Além de ser uma região vistosa em verde e rios, se comparada a regiões próximas, a cidade era, naquela época, prolífica em termos de oferta cultural. Durante a adolescência, Ronaldo teve contato com a cultura cosmopolita dos lisérgicos anos 1960, mesmo que à distância, numa relação mediada pelo cinema e pelo rádio. Ouvia, por exemplo, os Beatles e os Rollings Stones. Teve a chance, também de assistir, nas três salas existentes no pequeno município, a filmes clássicos do neorrealismo italiano (Lucchino Visconti, Vittorio de Sica), da nouvelle vague francesa (Jean-Luc Godard, François Truffaut) e do cinema moderno norte-americano (John Houston, John Ford). Pelo aprendizado seminal, Brito compara sua segunda cidade a Rimini, terra natal de Frederico Fellini. “Eu digo muito que Crato é minha Rimini. Era uma cidade realmente deslumbrante, porque o cinema me trazia tudo”, lembra.

O mesmo deslumbramento pelo Crato seria experimentado, anos mais tarde, pelo Recife. Cidade-anfíbia, entrecortada por rios, canais e pontes, a capital pernambucana significou, para o então candidato ao curso de medicina, um porto fértil para ideias e, por consequência, seu primeiro flerte com a produção literária. Em cada esquina, rua ou biblioteca, a cidade exalava abstração. “Mesmo estudando medicina, eu sempre buscava formas de estar na rua. O que eu mais gostava era de andar, ir para as pontes, andar praticamente o dia inteiro. Recife, naquela época, não tinha prédios, só casarios. Era muito mais agradável a temperatura, havia a brisa marítima. Tive uma paixão muito grande por esta cidade. Quando cheguei, foi como se tivesse escolhido viver aqui”, conta. Em 1970, um ano após chegar ao Recife, Brito publica seu primeiro conto, Lua Cambará, que viraria filme sete anos depois.

Nessa época, suas principais influências literárias foram os poetas Manuel Bandeira, Joaquim Cardozo e João Cabral de Melo Neto, o romancista e dramaturgo Osman Lins e o teatrólogo Hermilo Borba Filho – todos pernambucanos. Mas Brito bebeu na fonte, sobretudo, dos russos e dos latino-americanos. Lia, compulsivamente, Dostoiévski, Turguêniev, Tchekhov, Tolstoi, Gogol. Nos anos 1970, havia uma moda de se devorar Jorge Luís Borges, Octavio Paz e Gabriel García Marquez. Assim como, na onda existencialista, era cool ler Albert Camus e Jean-Paul Sartre. Tudo isso Brito mastigou, filtrou e absorveu como uma marca, que vem à tona, ainda.

BÍBLIA, PRIMEIRO LIVRO DE NARRATIVAS
Ateu, Ronaldo Correia de Brito cresceu apartado da cultura judaico-cristã, sem cumprir rituais religiosos comuns nas cidades interioranas, desenvolvidas em torno de igrejas. Em família, não eram cultivados hábitos católicos, embora a formação assim tivesse sido, a não ser ler a Bíblia. Durante sua infância, era este seu único rito litúrgico. Mas não para esse fim, de reza ou oração. Era, meramente, narrativo, como um rico livro de histórias. O pai, tão ateu quanto ele, lhe apresentou uma seleta com histórias da Bíblia Sagrada, ilustrada com gravuras de Gustave Doré quando ele estava com 7 anos. Era o seu primeiro contato lúdico com o universo moralista dos escritos antigos. “Com 3 anos, eu já folheava os livros. Cuspia e matava, rasgava as páginas e cuspia em cima das figuras. Aos 7, meu pai já me botou para ler a história de São José do Egito. Meu pai costumava ler alguma coisa antes de eu dormir”, diz.

foto REVISTAEsta experiência com o universo bíblico serviu de ponto de partida para que Ronaldo de Brito, já na fase adulta, realizasse experimentações com a narrativa clássica: além da Bíblia, a mitologia grega. Talvez uma de suas principais características, a dialética do homem versus o sagrado aparece com força nos seus trabalhos como dramaturgo e roteirista, facetas nas quais é mais conhecido do que como escritor. Além de contista, ele é autor dos textos para teatro Bandeira de São João e Arlequim, que resgatam o folclore e a cultura nordestina para a linguagem moderna. Mas seu maior sucesso é a peça Baile do menino Deus, criada há 25 anos, em parceria com Assis Brasil e Antonio Madureira, e ainda hoje encenada no Recife. O texto, que mistura folguedos regionais do bumba-meu-boi, caboclinhos e maracatu com a história bíblica do nascimento de Jesus, alcançou tiragem de quase 500 mil em projeto do Ministério da Educação de acesso à leitura para escolas públicas. Um fenômeno em termos editorais. E a obra será editada

Em Galileia, Ronaldo de Brito sai do universo folclórico para investigar a seara psicológica. No livro, ele narra a viagem dos primos Ismael, Davi e Adonias, que retornam ao ambiente de infância, o sertão cearense, o qual abandonaram para visitar o avô Raimundo Caetano. Nesse reencontro, eles se deparam com um sertão diferente dos registros afetivos, cruel e impermeável, o que gera conflitos e atritos até entre eles. A história guarda ecos das tragédias gregas, cujas narrativas são pontuadas por dilemas existenciais. Para o autor, o sertão idealizado e puro morreu: “Eu acho que o sertão é uma periferia urbana. O que existe é cidade, com todas as desgraças, todos os vícios, todas as misérias e todas as glórias de uma periferia do Recife, de uma periferia de São Paulo, de qualquer periferia urbana. Encontrei o sertão em Paris, em um bairro de negros junto a Montmartre. Senti como se estivesse numa cidade de interior. Até buchada tinha para vender”. Ronaldo prepara um novo romance, desta vez ambientado no Recife, ainda sem previsão de lançamento. ©

FONTE: http://www2.livrariacultura.com.br/culturanews/rc23/index2.asp?page=perfil

REVISTA DA CULTURA

julho 21, 2009

titulo revista

foto1Em 1918, Monteiro Lobato publicou Urupês, seu primeiro livro de sucesso, que o colocou na vanguarda da literatura brasileira. A obra foi revolucionária não apenas por revelar o talento do escritor, mas também por ter sido a primeira publicação a romper com um padrão no mercado nacional de capas puramente tipográficas, segundo senso comum de estudiosos do assunto. O autor nascido em Taubaté, interior de São Paulo, fundou na época sua própria editora, a Monteiro Lobato & Cia, e contratou o artista plástico Wasth Rodrigues para ilustrar a capa daquele título, sendo apontado, a partir de então, como o primeiro editor do país a entendê-la como suporte de atração comercial estratégico nas livrarias.

A iniciativa era profética. Como em todo o mundo, o Brasil aperfeiçoou a cultura do olhar com a expansão da indústria de produção em massa e o crescimento dos centros urbanos ao longo do século passado. No imensurável acervo das atuais livrarias – e em um país onde o hábito da leitura ainda é pequeno –, cabe à imagem a garantia de um canal de comunicação direto, que se destaque nas vitrines. “Hoje, capa no Brasil é, em certas ocasiões, mais importante do que o livro”, exagera o coordenador editorial da Globo, Joacir Furtado.

Tendo isso em mente, as editoras investem mais em novas possibilidades. O avanço da tecnologia proporciona criações diferentes e cada vez mais audaciosas, produzidas com materiais pouco convencionais, combinações de fotografias e texturas que fogem do comum. O designer tem hoje liberdade para abranger todo o conhecimento prático-teórico disponível sobre estéticas para a confecção da capa. O grande trunfo é dar ao livro um valor simbólico similar ao do objeto de arte ou suscitar o desejo de possuí-lo logo à primeira vista, conferindo-lhe a impressão de exclusividade. “A sofisticação gráfica feita por designers e artistas agrega valor ao livro e proporciona um retorno comercial que supera as expectativas da editora”, garante o editor da Companhia das Letras, Luiz Schwarcz. Para o gerente do departamento de design da editora Record, Leonardo Iaccarino, a capa tem o poder de chamar um público já existente e o de construir um novo para determinados títulos. “Por questões mercadológicas, é uma importante ferramenta, podendo inclusive, ser utilizada de forma manipuladora.”

CATEGORIAS
De acordo com Furtado, o mercado editorial divide títulos por categorias segmentadas de consumidores com propósitos de compra bem esclarecidos. Apesar de não existir uma regra geral ou uma pesquisa de perfil de consumidor, é fácil perceber três grupos. O primeiro é formado por um público menos exigente, que vê no livro uma ferramenta funcional, como estudantes, que priorizam o conteúdo acima de qualquer elemento ilustrativo, pois costumam ler para provas ou vestibulares. Daí a razão de edições de obras clássicas como Senhora, de José de Alencar, serem, geralmente, elaboradas de maneira mais áfico.

O segundo é a classe média, que compõe relevante fatia dos novos consumidores dos chamados “produtos culturais” e costumam ver os livros como item de grande valor de troca, ideal para presentear os amigos. E por último – e em minoria – está a parcela dos apaixonados por determinados autores, que não hesita em adquirir diversas versões da mesma obra somente por conta de diferenciais gráficos. O alvo de um livro de requintado trabalho gráfico é voltado, principalmente, para esses dois últimos grupos. “Conceituamos o projeto em termos editoriais e formulamos uma estratégia de colocação no mercado pensando no público que pretendemos atingir com esse lançamento”, explica Iaccarino.

VIDAS SECAS
O processo até a decisão sobre o que será novidade ou recolocado editorialmente é múltiplo e não está restrito às pesquisas de marketing. As editoras podem tanto investir em grandes projetos gráficos para edições comemorativas de aniversário de obras e escritores consagrados – fórmula certeira para revitalizar o catálogo – como em relançar toda a coleção de um autor.

Vidas secas, de Graciliano Ramos, por exemplo, ganhou da Record nova roupagem no ano passado em razão dos 70 anos de sua primeira publicação, em 1938. A edição foi redimensionada, com formato acima do usual e uma sobrecapa adicional, que encobre o livro. Para ilustrar o tom seco e áspero do sertão descrito no romance, o fotógrafo Evandro Teixeira produziu imagens exclusivas de Alagoas e Pernambuco. Também pela editora, Graciliano teve toda a sua obra reformulada graficamente pela designer e fundadora do escritório eg.design, Evelyn Grumach.

Ao renovar os títulos do autor alagoano a partir de 1997, Evelyn optou por três tipografias diferentes para grafar o nome Graciliano, de traços rígidos e concisos, com letras garrafais e em alto relevo. “A escrita dele é contundente, precisa, e assimilei isso à sua assinatura”, explica. A ideia era cristalizar a aridez que o escritor faz uso como forma de denunciar a miséria do sertão Nordestino. Evelyn buscou esse sentimento em desenhos e gravuras que remetessem ao cenário desolador da região. Elas pertenciam ao miolo da edição anterior, assinadas com ilustrações inéditas de nomes como Marcelo Grassman e Aldemir Martins. Mas a qualidade do papel original, já desgastado pelo tempo, era péssima e ela tinha de encontrar uma solução visual. Além disso, ainda havia uma restrição técnica imposta pela gráfica que imprimiria os volumes, e as imagens corriam sério risco de ficar ilegíveis. Graças ao leque de alternativas oferecidas pela tecnologia, bastou uma mudança de ângulo e o problema se transformou no mote da coleção: “Toda capa é composta por dois elementos-chaves que foram escaneados e receberam várias etapas de tratamento, sendo uma ilustração e um detalhe ampliado dela, para ressaltar suas texturas”.

Após o contratempo com as ilustrações, Evelyn se concentrou na definição das características que ficariam encarregadas de dar o tom à identificação dos volumes. Seguindo ainda pelo curso da secura de Graciliano, em cada um deles, o nome da obra é menor do que o do autor e um quadrilátero fica em segundo plano, logo atrás dos demais elementos, justamente para realçá-los. O restante do espaço é branco. “Cada livro tem uma cor e uma espécie de escala que mantenho”. Segundo ela, assimilar formas geométricas a texturas é um meio de nos transpor ao universo narrado. “Ele pode representar um pedaço do livro, literal ou simbolicamente.”

Durante a seleção das editoras para investimentos na capa, entram também autores novos, considerados como apostas de sucesso no mercado. E uma boa carta de apresentação visual no acirrado segmento em que se embrenham é imprescindível. “Um projeto gráfico diferenciado pode fazer atentar para um autor que normalmente passaria despercebido. A capa tem também um papel fundamental na captação de novos leitores, aqueles que entram na livraria sem uma pré-definição do que estão procurando”, diz Iaccarino. Marçal Aquino, expoente da onda literária que brotou no país nos anos 1990, teve dois de seus títulos contemplados por gravuras do artista plástico Ulisses Bôscolo de Paula. Cabeça a prêmio e Famílias terrivelmente felizes elucidam o mérito das ilustrações que aparentam ser artesanais, palpáveis. “No caso de Aquino, escolhemos um artista que tivesse afinidade com o tema e fosse jovem e antenado no meio artístico”, conta Elaine Ramos, diretora de arte da Cosac Naify e ganhadora do Prêmio Jabuti na categoria capas em 2008, pelo volume Alexandre Herchcovitch, que integra a Coleção Moda Brasileira.

PRÉ-PRODUÇÃO
Após a definição de quais títulos ou coleções ganharão um projeto gráfico diferenciado, as editoras partem para a escolha do designer mais apto para o trabalho. Se ao corpo editorial foi incumbida boa parte da percepção do que vai constituir a safra a chegar às estantes, a outra metade do caminho fica a cargo do criador. Chega-se, assim, ao estágio da pré-produção. Nele, tão decisivo quanto o acerto do profissional é o diálogo entre os dois lados. “Quando você chama um artista, há sempre o risco de ele não concordar com o que foi imaginado pela editora para aquela capa, o que pode virar uma saia justa”, revela Elaine. “Sabemos o estilo de quem colabora conosco. Fatores de ordem simbólica, como nomes consagrados, também contam. A capa de um grande clássico é, normalmente, honrada com nomes bons que temos à disposição no mercado”, ressalta Furtado, para quem essa preferência por alguém com portfólio mais estabelecido ou que já tenha produzido algo para a editora assegura menos dores de cabeça durante a criação da “encomenda”.

A maioria das editoras contrata capistas autônomos, sendo poucas as que mantêm um setor de criação interno. “Recebemos o briefing com informações gerais da obra e algum fragmento do texto original”, explica a designer Mariana Newlands. A margem de liberdade dada ao designer é larga e respeita seu estilo, mas o universo formulado na narrativa deve ser visualmente traduzido. A fonte na qual o profissional bebe está ligada ao arcabouço de referências culturais e iconográficas da linha pela qual se especializou. Segundo Schwarcz, o designer consolidou seu lugar no mercado ao longo dos anos e elevou o nível de sua produção. “Hoje, a qualidade do trabalho do designer é equivalente ao do assinado por um artista”, afirma o editor, que, em abril, trouxe a escritora Lygia Fagundes Telles para a Companhia das Letras e lançou novo projeto gráfico e capas ilustradas por desenhos em acrílica sobre tela de Beatriz Milhazes para os livros Antes do baile verde, Invenção e memória e As meninas. “Estes títulos repaginados superaram nossas expectativas de venda”, exemplifica, adiantando que, em outubro, chegam às estantes A noite escura, Ciranda de pedra e Seminário dos ratos.

Antes de qualquer rabisco na prancheta – ou na tela do computador –, o designer inicia o trabalho de pesquisa em busca da correspondência gráfica que englobe com mais fidelidade o conteúdo da obra. A interpretação do material colhido se torna, então, o fio condutor no processo que servirá de base para as referências da versão final. Com a introdução de softwares que armazenam praticamente todos os recursos necessários, esse processo ficou mais prático ao longo dos anos. Mas nada que se compare à velha e boa leitura integral do livro. Apesar dos prazos apertados, ninguém melhor do que o próprio autor para descrever o horizonte do terreno a ser moldado, segundo os profissionais. Para uma visão mais interpretativa, as fontes secundárias também são válidas. “Sempre navego na internet, leio resenhas e entrevistas do autor”, conta Evelyn. Dependendo do caso, vale até um “pitaco” do escritor. Para o capista, obra e leitor se relacionam espontaneamente na livraria, num momento particular de interação visual que lança mão dos fundamentos da semiótica. “Não é função da capa entregar a história. As melhores não podem ir além de uma chamada introdutória”, defende Evelyn, adepta dos que as consideram como a primeira pista do que virá adiante.“Ela tem de induzir”, aponta.

foto2

Para a diretora de arte Elaine Ramos, a programação visual refinada pode alavancar a obra por conta do sentimento de unicidade que o livro ganha. “Quando o artista faz um trabalho exclusivo, isso torna a capa mais atraente. Há um caráter especial, talvez um melhor casamento entre a imagem e o conteúdo.” Todos os detalhes são importantes para atingir o objetivo.

Isso porque, quando o prazo de exposição nas vitrines termina, as atenções se voltam para a lateral do livro. “Algum tempo depois do lançamento, a capa se torna simplesmente invisível e o que vale é a lombada”, afirma Evelyn.

FIDELIDADE
No trabalho de criação, alguns conceitos devem ser seguidos. Nas coleções, por exemplo, é importante manter uma padronização visual para facilitar a identificação do leitor. “A pessoa que procurar por uma determinada série deve reconhecê-la imediatamente ao bater o olho. Criar uma unidade dá status ao autor”, explica a designer Glenda Rubinstein. Para tanto, o capista tem pela frente a intricada tarefa de equilibrar a disposição dos elementos que serão usados em todos os títulos, como tipografia, cor e linhas, extrair desse caldo algum aspecto particular interessante e aplicá-lo em cada volume.

Na década de 1930, Tomás Santa Rosa, ilustrador, pintor e cenógrafo vanguardista, postulou a ideia de que a capa era fruto não apenas de inspirações artísticas, mas também do cálculo e da frieza que o método pede para criar a uniformidade na coleção. Para Iaccarino, o relacionamento entre técnica e arte traz a sensação de continuidade. “A padronização acaba gerando interesse do público em conhecer mais a obra de determinado autor ou gênero e contribui para atrair colecionadores.” E também fazem mais barulho: “livros com um mesmo projeto gráfico assumem forte presença em pontos de venda”. Poder de atração nas estantes é, sem dúvida, o objetivo final, atingido por Monteiro Lobato há 91 anos! ©

FONTE: http://www2.livrariacultura.com.br/culturanews/rc23/index2.asp?page=capa

REVISTA DA CULTURA

julho 14, 2009

literatura

Falta de espaço e privacidade, excesso de barulho e distração. Escritores nova-iorquinos não precisam usar desculpas assim para não terminar seus trabalhos. Em vez de apartamentos apertados ou da confusão do café da esquina, muitos escritores, roteiristas, dramaturgos, poetas e outros profi ssionais das letras têm optado por trabalhar em espaços comunitários específicos.

Um deles é o Paragraph, fundado há quatro anos perto da Union Square, em Manhattan. Um loft de cerca de 230 metros quadrados foi dividido em dois espaços distintos: a área de trabalho, com 38 mesas separadas por divisórias e um silêncio de biblioteca, e a cozinha/lounge, ideal para um café (grátis) e uma conversa entre colegas. As áreas são separadas por uma parede à prova de som. A ideia é ter um espaço ao mesmo tempo caseiro e profi ssional, à prova de preguiça e outras tentações.

Até jornalistas dividem espaço no Paragraph. Josie Glausiusz é freelancer de publicações de ciência e meio ambiente, como Nature, Scientifi c American Mind e Discover, e bate ponto diariamente por lá há quase dois anos. “No início da minha vida de frila, eu trabalhava sozinha em uma quitinete pequena e escura. Aos poucos, me dei conta de que estava fi cando louca. Adoro companhia. Cercada de outros escritores teclando em seus laptops, me sinto mais feliz e motivada.”

Solidão é um fator a ser considerado. “O Paragraph é como uma academia de ginástica”, explica Lila Cecil , que abriu o espaço em parceria com a escritora e amiga Joy Parisi. “É mais fácil malhar quando há outras pessoas malhando ao seu lado. Existe uma motivação.” Para ela, autores estabelecidos ou iniciantes precisam de uma divisão entre casa e trabalho. “Se escrever é sua fonte de renda e você faz tudo de seu apartamento, você nunca vê outras pessoas. Pode ser uma experiência muito solitária.” Há, basicamente, dois planos de pagamento: um que dá acesso 24 horas por dia, 365 dias por ano, e outro com restrições (de segunda a sexta-feira, das 18 horas às 11 horas; o dia inteiro aos sábados, domingos e feriados). Quanto maior o comprometimento, menor o valor a ser pago: para um contrato de seis meses, por exemplo, a mensalidade é de R$ 260 para o pacote de acesso total e de R$ 172 para o de acesso restrito. Ambos têm uma taxa de inscrição de R$ 193. Lockers, onde você pode deixar seus pertences, custam R$ 21 por mês. Os valores também dão direito a internet wi-fi e uso da impressora. Para ser aceito, é preciso preencher um formulário, dar algumas referências e fazer uma entrevista simples. No espaço de trabalho, as regras de uso são óbvias: nada de comida ou falatório. Atualmente, são cerca de 280 membros.

Outros projetos semelhantes são o Brooklyn Writers Space e o Writers Room, o pioneiro na cidade. Este foi fundado em 1978 e tem cerca de 400 membros. O Paragraph também organiza eventos para seus membros: de mesas-redondas com agentes literários em busca de novos talentos a leituras de trabalhos dos participantes. Vários contatos entre editoras e novos autores começaram por ali. O mezzanino da área de trabalho, com uma pequena biblioteca, tem obras de vários autores que escreveram seus livros no espaço. Uma vez por mês, membros do Paragraph são chamados para ler suas criações no palco do bar KGB, no bairro do East Village. Será que a moda pega no Brasil? ©

FONTE: http://www2.livrariacultura.com.br/culturanews/rc24/index.asp?

PORTFÓLIO – VARIEDADES LINGUÍSTICAS – C9

julho 1, 2009

Cópia de DSC00307

Kelly Consuêlo

Emanoel Paulo

Érica Rodrigues

Joselma Silva

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INTRODUÇÃO:

Linguagem é o uso das diferentes formas de expressão (oral, escrita, gestual, corporal, artística, etc.) e de comunicação entre as pessoas. A nossa língua não é somente um conjunto de palavras faladas ou escritas, mas também dos gestos e imagens, ela acontece através do uso de recursos ou sinais que propiciam a comunicação, dividindo-se em:
– Verbal/oral – aquela que usa as palavras como sinais para a comunicação.
– Não verbal/ escrita – aquela que usa outros sinais para os atos de comunicação. A escrita é linguagem verbal.

Da mesma forma que a humanidade evolui e se modifica com o passar do tempo, a língua acompanha essa evolução e varia de acordo com os diversos contatos entre os seres pertencentes à comunidade universal, assim, é considerado um objeto histórico, sujeito a transformações, que ocorrem ao longo do tempo, que se modifica no tempo e se diversifica no espaço.

Linguagem, cultura e sociedade estão ligadas entre si por laços indissolúveis. Todos nos temos uma linguagem, fazemos parte de uma sociedade e temos uma cultura que é a marca da história das nossas vidas. Ninguém pode negar essa indissolubilidade que há entre a linguagem e a sociedade, ou melhor, ainda não há como negarmos essa relação profunda.

Com base em tudo o que falamos, podemos perceber que nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), quanto na música de Xangai “Ai D’eu Sodade” e no poema de Drummond, “Aula de Português”, existem exemplos de variedades lingüísticas, o que mostra que as línguas não são uniformes, elas possuem variantes. Isto ocorre em virtude de fatos sócios, políticos, econômicos, culturais, etc. Nessa ótica, podemos destacar algumas expressões na música de Xangai:

Ai D’eu Sodade

Xangai

Xangai

Marido se alevanta e vai armá um mundé
prá pegá u’a paca gorda
prá nós cumê um sarapaté
Aruera é pau pesado, nué minha véa
cai e machuca meu pé
e ai d’eu sodade

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Podemos observar nestas expressões que a linguagem típica caipira usada na música, transmite um sentido significativo no contexto em que elas ocorrem, basta olharmos a situação em questão pelo ângulo da diversidade lingüística. É importante entender que mesmo existindo diferentes variações em uma língua, estas não são suficientes para afirmar que uma variação é mais correta do que a outra, uma vez que a adequação da linguagem vai depender do contexto onde ela acontece, levando em consideração também os falantes que fazem uso da linguagem e de suas variações.

linguas

Sobre esta questão, Bagno (1997), mostrar que o uso de uma linguagem “diferente”, nem sempre pode ser considerado um “erro de português”. Esse modo diferente das pessoas falarem pode ser explicado por algumas ciências como a sociolingüística, a História, a Sociologia e até mesmo a Psicologia.
A sociolingüística é ciência que busca encontrar respostas para entender a relação entre linguagem e sociedade, haja vista que esses elementos estão intimamente ligados, pois em todos os momentos de sua história o homem sempre utilizou uma forma de comunicação: nos primórdios a comunicação oral e em seguida, a escrita. Essas duas modalidades fazem parte de um sistema lingüístico de uma comunicação lingüística, o qual permite ao ser humano estabelecer contato com o outro, interagindo entre si.

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DESENVOLVIMENTO:

A escola trata muitas vezes, a linguagem como um conjunto de regras e exceções e dá à língua padrão primazia sobre as variedades lingüísticas de seus educandos. É principalmente neste ponto que a escola torna-se excludente, pois a grande parte de seus alunos não tem acesso à variedade considerada padrão. Consequentemente, a escola que deveria ser um espaço de interação social, onde todos tenham acesso à informação e ao conhecimento, privilegia as classes dominantes, contribuindo para a exclusão social.

A variedade linguística do aluno deve ser valorizada e respeitada, jamais excluída e considerada inferior. Ao professor compete mostrar que há uma variedade linguística de maior prestígio social, que também deve ser estudada para que o educando possa participar ativa e criticamente nas relações sociais, mas deve deixar claro que esta variedade não deve substituir a variedade que cada um traz consigo.

Segundo Labov (1983), a variação existe em todas as línguas naturais humanas, é inerente ao sistema lingüístico, ocorre na fala de uma comunidade e, inclusive, na fala de uma mesma pessoa. Isto significa que a variação sempre existiu e sempre existirá independente de qualquer ação normativa. Assim, quando falamos em Língua Portuguesa estamos falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades

O papel da escola é proporcionar diversos conhecimentos e aprendizagens, visando propiciar um ensino de qualidade a todos, respeitando os conhecimentos que cada um traz consigo considerados como, conhecimentos prévios, e valorizar esses conhecimentos. Valorizar somente a língua padrão faz com que a sala de aula deixe de ser um espaço de comunicação e interação, onde todos expressam seus conhecimentos, e passa a ser um cenário de correção e repressão, uma vez que os alunos usam o português coloquial. A linguagem não deve ser substituída e sim adequada.

Segundo Bagno (2001, p.36) “menosprezar, rebaixar, ridicularizar a língua ou a variedade da língua empregada por um ser humano equivale a menosprezá-lo, rebaixá-lo enquanto ser humano”. Quem mais sofre com isso são aqueles que provêm das classes menos favorecidas economicamente, são eles que sentem na pele a ridicularização, sentem-se estranhos em sua própria língua, cheio de dúvidas e incertezas, distantes na norma considerada correta. Por isso, a maioria dos estudantes chega ao final do Ensino Médio sem conseguir transferir suas idéias para um texto escrito, e isso perpassa a uma grande preocupação em empregar regras gramaticais, em “escrever certo”, que o pensamento não consegue concretizar-se no papel.

todas-as-criancas-do-brasil01Mas, no Brasil, o preconceito lingüístico é tão disseminado e está tão interiorizado nas pessoas, que ouvimos a todo instante expressões como: “eu não entendo português” ou “eu não sei falar certo”. Quando a escola dá ênfase ao ensino centrado na gramática, reforça o preconceito e a idéia de que o português é uma língua muito difícil, que apenas alguns são capazes de compreendê-la e utilizá-la corretamente. É a ideologia dominante se saindo vitoriosa, fazendo pensar que uns são superiores e outros são inferiores.

No Brasil, nos últimos tempos, a variação linguística na escola tem sido objeto de complexos debates lingüístico-pedagógicos, ensejando profunda insegurança sobretudo entre os professores e futuros professores que atuam em escolas populares.

Os “escorregões” de Luiz Inacio Lula da Silva (Lula) no exercício do português padrão – seus “menas”, “percas”, “acho de que”; a avidez com que “devora os ‘s’ do plural” etc. – constituem um pretexto para se debater a variedade lingüística com a qual a escola deveria operar.

As expressões contidas no discurso de Lula, assim como as expressões contidas no texto III, da atividade orientada, “Ai D’eu Sodade” nos mostram que apesar de vista por muitos como preconceitos por estarem de certa forma erradas, para as regras ditas gramáticas normativas, têm que ser respeitadas e aceitas, pois conseguem fazer-se entender, passam uma mensagem para quem as lê, e se revelam expressões de um grupo característico. Bagno (1999) cita em seu livro, Preconceitos Linguísticos, “Quando deixa de entender, ela, inevitavelmente sofrerá transformações para se adequar as novas necessidades.” Afirmando que toda variedade lingüística atende às necessidades da comunidade dos seres humanos que a empregam.

Há alguns anos, para a grande maioria dos professores de português, essa questão não existia, predominando a visão de que a principal função da escola era enquadrar os alunos à variedade culta da língua nacional.
Nosso país será cada vez mais elitista, se as instituições de ensino e a própria população “culta”, não admitir a existência de milhares e milhares de línguas portuguesas.

Os PCN de língua portuguesa, assim como o tema transversal, pluralidade cultural, reconhecem a existência de variantes lingüísticas, que devem ser respeitadas, pois não há um modo certo ou um modo errado de falar. Há o reconhecimento da língua como veículo de transmissão de cultura, de valores, de preconceitos. Segundo os documentos do MEC, saber falar ou escrever bem é falar ou escrever adequadamente, sabendo qual variedade usar, empregando um determinado estilo, esperando determinadas reações. Encontramos nos PCN (1997 p.31-32)

“A questão não é falar certo ou errado, mas saber qual forma de fala utilizar, considerando as características do contexto de comunicação, ou seja, saber adequar o registro às diferentes situações comunicativas. (…) A questão não é de correção da forma, mas de sua adequação às circunstâncias de uso, ou seja, de utilização eficaz da linguagem: falar bem é falar adequadamente, é produzir o efeito pretendido”. O que, porém, não está explícito é que esse “falar adequado”, essa “utilização eficaz” está ligada/o, na verdade, a um esquema coercitivo, imposto pelo uso burocrático da linguagem.”

O ensino da língua culta na escola, não deve ter a finalidade de condenar ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou em nossa comunidade. Ao contrario, o domínio da língua culta, somado ao domínio de outras variedades lingüísticas, torna-nos mais preparados para nos comunicarmos. Saber usar bem a língua equivale, a saber, empregá-la de modo adequado as mais diferentes situações sociais que praticamos

Segundo Labov (1983), a variação existe em todas as línguas naturais humanas, é inerente ao sistema lingüístico, ocorre na fala de uma comunidade e, inclusive, na fala de uma mesma pessoa. Isto significa que a variação sempre existiu e sempre existirá independente de qualquer ação normativa. Assim, quando falamos em Língua Portuguesa estamos falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades. E mesmo havendo no Brasil uma aparente unidade lingüística e apenas uma língua nacional, é possível observar variação em diversos níveis da estrutura lingüística como ilustram o exemplo a seguir:

variedade-linguistica1

“A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma língua varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua. Para Marcos Bagno (2002, p.16)”

Embora a língua falada pela grande maioria da população seja o português, esse português apresenta um alto grau de diversidade e de variabilidade, não só por causa da grande extensão territorial do país — que gera as diferenças regionais, bastante conhecidas e também vítimas, algumas delas, de muito preconceito –, mas principalmente por causa da trágica injustiça social que faz do Brasil o segundo país com a pior distribuição de renda em todo o mundo. São essas graves diferenças de status social que explicam a existência, em nosso país, de um verdadeiro abismo lingüístico entre os falantes das variedades não-padrão do português brasileiro — que são a maioria da nossa população — e os falantes da (suposta) variedade culta, em geral mal definida, que é a língua ensinada na escola.

A escola precisa entender que o aluno chega lá falando o português de sua comunidade, que geralmente é uma variedade não-padrão, e que seu papel é acrescentar – e não substituir — a norma culta da língua ao aprendizado da criança. Infelizmente somos um país em que boa parte da população não tem acesso à educação. Essa privação faz com que muitas pessoas não consigam usufruir de todos seus direitos, exatamente pelo fato de não conhecerem o português padrão.

Por outro lado, não devemos esquecer que algumas variedades lingüísticas são fortemente descriminadas, isto é, tratada de modo preconceituoso e anticientífico. Não porque essas variedades sejam inferiores ou porque sejam menos elaboradas do ponto de vista linguístico, mas simplesmente porque difere em alguns aspectos (quase sempre relacionados à forma), daqueles que os gramáticos tradicionais elegeram como sendo o “correto”. Para trabalhar a variação linguística, o professor deve introduzir, ao mesmo tempo, por um lado, o respeito e a aceitação aos vários falares dos alunos, e por outro, uma prática de ensino e aprendizagem cujo objeto de estudo seja os próprios textos dos alunos (orais e escritos). O que também não significa o abandono ao ensino da língua culta, pois esta continua sendo a variante de prestígio, portanto é importante que também seja trabalhada em sala de aula. Para Santos e Cavalcante (2000),

Para trabalhar a variação lingüística em sala de aula seriam interessantes que fossem realizadas atividades enfatizando a diferença entre textos produzidos oralmente e textos escritos, trabalhando o máximo possível os próprios textos dos alunos, e chamando a atenção para a possibilidade de sempre poder realizar a retextualização, podendo melhorar vários aspectos do texto, inclusive mudando de gênero.

Portanto, o objetivo principal do ensino e aprendizagem da língua portuguesa é considerar a leitura, escrita e oralidade, como práticas sociais e base para reflexão proporcionando assim, uma estreita relação com a cultura, com os conhecimentos prévios “letramento” e a diversidade cultural e linguística de um povo.

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CONCLUSÃO:

Depois de realizado este trabalho, ficou claro que todas as variações servem igualmente para a comunicação entre falantes de comunidades de fala. Nesse sentido, a análise linguística desempenha papel fundamental no processo de interação fala/sociedade.

Assim, a possibilidade de se poder estabelecer uma sistematização ao processo de variação linguística, torna possível a compreensão das potencialidades da gramática oral dominada pelo falante, desde a aquisição da linguagem até o uso permanente de tais variantes. É importante que o indivíduo ao aprender novas formas lingüísticas, particularmente a escrita e o padrão de oralidade mais formal orientado pela tradição gramatical, entenda que todas as variedades lingüísticas são legítimas e próprias da história e da cultura humana.

A variação lingüística, porém, não torna a língua melhor ou pior nem mais bonita. Simplesmente aproxima o indivíduo de uma melhor compreensão do mundo e sua relação no meio em que vive.

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REFERÊNCIAS:

http://www.cedu.ufal.br
• LABOV, William. Modelos Sociolingüísticos. Madrid: ediciones Cátedral. 1983. Tradución de José Miguel Herreras
• BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico: O que é como se faz. São Paulo: Edição Loyola, 1999.
• BAGNO, M. A Língua de Eulália: novela sociolingüística. 13ª ed. – São Paulo: Contexto, 1997.
• SANTOS, M. B.; CAVACANTE, M. A da Silva. Contribuição da Teoria da Variação Lingüística ao ensino de Língua Portuguesa. Maceió: EDUFAL: FAPEAL, 2000.
• BRASIL, MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais. Língua Portuguesa. Secretaria da Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

REVISTA DE LETRAS – UP LAPÃO – FTC EAD

junho 17, 2009

Esta revista em formato de blog foi proposta pela equipe de professores da disciplina OFICINA DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS do Curso de Letras Português/Inglês, da FTC EAD, UP de Lapão-BA, 5º periodo.

O trabalho foi desenvolvido com empenho e dedicação pelos alunos. A edição da revista ficou na responsabilidade da tutora Teofilândia Lima.

A idéia é que essa revista seja atualizada periodicamente com os trabalhos desenvolvidos pelas turmas de Letras do Circuito 7 e 9.

CAPA

caparevista

CONTRACAPA

SUMÁRIO

  • Capa, contracapa, sumário, etimologia e editorial – Catiune Pires e Simone Nunes
  • Entrevista– Os alunos do curso de Letras- FTC EAD, Emanuela Pereira, Lorena Martins, Maria Eleira e Valnier Cleber, entrevistam um poeta local.
  • Curiosidades do Autor – Emanuela Pereira, Lorena Martins, Maria Eleira e Valnier Cleber
  • Notícias do curso – Eliete Batista,  Léia Mendes, Suzana Mendes e Vilmonete Machado
  • Notícia da hora – Catiune Pires e Simone Nunes
  • Praticando – As alunas do curso de Letras da FTC EAD – Magna Alves, Paula Luiza e Vanuza Alves – relatam uma Experiência  exitosa em sala de aula, executada durante o estágio de Língua Portuguesa
  • Acontece – Divulgação de eventos – Eloiza Camacam, Luzimar Santos e Paloma Matos
  • Momento litarário – Eloiza Camacam, Luzimar Santos e Paloma Matos
  • Divulgando aprendizados – Emanuela Pereira, Lorena Martins, Maria Eleira e Valnier Cleber
  • Momento da tutoria – Eliete Batista,  Léia Mendes, Suzana Mendes e Vilmonete Machado
  • Dialogando com as línguas – Magna Alves, Paula Luiza e Vanuza Alves
  • Edição – Turora – Teofilândia Lima

ETIMOLOGIA

ENTRETENIMENTO: palavra de origem latina, vem de enter (entre) e tenere (ter). Em inglês a evolução da palavra entertainment significa “aquilo que diverte com distração ou recreação”. Os conceitos referem-se sempre às origens latinas da palavra e incorporam a idéia de “ter entre”.

ASSISTÊNCIA: a palavra assistência tem origem no verbo assistir que, em sua forma transitiva direta, significa ajudar, auxiliar. Em outras palavras, a assistência é o ato de prestar auxílio, ajuda, para alguém.

EDITORIAL

Sabendo que a revista eletrônica é um meio de comunicação digital que leva informações não apenas a uma nação, mas a todo o planeta, a REVISTA DE LETRAS – UP LAPÃO – FTC EAD, vem trazer uma bela entrevista com jovem poeta Dagmário de apenas 17 anos de idade e filho do município de Lapão-Ba, com muitas curiosidades sobre sua revelação como escritor. Temos também um blog que surgiu aqui na Unidade Pedagógica FTC EAD com a ideia de divulgar experiências vividas por todos os cursistas, como atividades propostas, seminários, brincadeiras entre outras, mas o fato é que não se esperava tamanho sucesso do mesmo, sendo apreciado e elogiado por professores e alunos de outras unidades da FTC EAD e do Brasil.

Com isso, podemos destacar a aluna revelação Eliete, que em seu momento cordelista caprichou em seu cordel, expondo seus demais colegas como personagens marcantes. Podemos adquirir conhecimento também, através de um relato de experiência de estagio vivido por uma docente, pois o mesmo tem como objetivo auxiliar no desenvolvimento da metodologia da prática docente.

Para ser um indivíduo ativo no mundo é necessário manter-se informado, por isso a revista eletrônica FTC, nos traz informações a respeito de cursos profissionalizantes que acontecem no nosso município. Leia e confira.

Nossa revista também é conhecimento, cultura e entretenimento, assim temos nosso momento literário, com uma análise crítica da obra de vidas secas de Graciliano Ramos, um dos maiores escritores da literatura brasileira. E também uma exposição de fotos e atividades como o dominó sintagmático e uma atividade sobre variedades linguísticas, desenvolvidas pela turma durante as tutorias das disciplinas estudas.

É importante ressaltar que para qualquer trabalho feito é preciso ter o auxilio de uma coordenadora, e isso podemos conferir em uma atividade interdisciplinar “o stop” que foi desenvolvida no momento da aula de tutoria.

Para maiores esclarecimentos a respeito da língua portuguesa e inglesa, a revista eletrônica FTC, traz dicas e curiosidades sobre as mesmas.

Você não pode deixar de conferir!

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ENTREVISTA

DSC00311A Revista de Letras entrevista o poeta Dagmário Vital Freitas, residente na cidade de Lapão. Um jovem sensível, que tem o dom das palavras. Ele nasceu em 15 de outubro de 1991.

RDL- Como você começou a gostar de poesia?

Dagmário: A partir do momento que comecei a escrever não parecia me identificar muito com ela, com o passar do tempo fui aprendendo a gostar e hoje a poesia para mim é um lazer imprescindível.

RDL- Quem o incentivou a escrever?

Dagmário: Toda a minha família,  principalmente os meus pais.

RDL- Que tipo de poesia você mais gosta e prefere fazer?

Dagmário: As poesias que falam da vida, pois a vida é sempre bela e inexplicável.

RDL- Qual seu estilo de fazer poesia, ou seja, qual o modo em que você faz a poesia?

Dagmário: Me inspiro nas paisagens belas da natureza, no sorriso de uma criança e em fim na minha própria vida, pois ela sempre me surpreende.

RDL- O que representa a poesia para você?

Dagmário: representa sentimentos da minha própria vida e o que a vida tem a nos ensinar através do que somos e do que temos.

RDL- Quais os grandes ícones da poesia brasileira e mundial que agrada mais a você?

Dagmário: Vinicius de Morais entre outros

RDL- Você já participou de recitais de poesias? Se já, cite algum que você julga ter importância?

Dagmário: Não, ainda não tive a oportunidade.

RDL- Qual a sua visão sobre a cultura, principalmente no campo da literatura?

Dagmário: A cultura é a arte do saber, portanto, se torna uma porta que se abre para novos horizontes.

RDL- Você já publicou algum livro? Se já, cite o nome dele e o ano que foi publicado:

Dagmário: Não, eu apenas editei 04 livros

RDL- Você já fez algum projeto ou participou de algum em referência a poesia?

Dagmário: Não, ainda não.

RDL- Qual a poesia sua você mais possui afeição?

Dagmário: A que tem como titulo “Mulher Brasileira”, pois me faz relembrara minha mãe.

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CURIOSIDADES DO AUTOR

ceciliaCecília Meireles é uma das grandes escritoras da literatura brasileira. Seus poemas encantam os leitores de todas as idades.

Sua infância foi marcada pela dor e solidão, pois perdeu a mãe com apenas três anos de idade e o pai não chegou a conhecer (morreu antes do seu nascimento). Foi criada pela avó. Aos nove anos de idade começou a escrever suas primeiras poesias.

Formou-se professora com apenas 18 anos de idade, escreveu vários poema de caráter simbolista, foi jornalista e cronista. É considerada por muitos como uma das maiores poetisas da Língua Portuguesa.  Estudou também línguas, canto e violino.

Cecília Meireles foi professora e na Universidade do Texas nos estados Unidos deu aula de literatura e cultura brasileira. Cecília criou a primeira biblioteca infantil do Brasil, em 1934.

Sua mãe, Matilde Benevides Meireles, foi à primeira professora a formar-se no Brasil.

Recebeu vários prêmios entre eles o Jabuti de poesias pelo livro “Solombra” no ano da sua morte, e, postumamente, em 1965, o premio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra.

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NOTÍCIAS DO CURSO

blogA ideia do blog surgiu da necessidade e  importância em divulgar os trabalhos produzidos e apresentados na UP de Lapão-BA, em que o mesmo mostra sugestões de atividades, projetos, imagens e várias propostas pedagógicas que veem fazendo sucesso pelo país. Se você gostou da notícia, acesse o Blog – http://uplapao.blogspot.com, confira e comente!

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NOTÍCIA DA HORA

O Cordel tem como objetivo desenvolver um trabalho, baseado no desenvolvimento de atividades interdisciplinar que promova tanto a aprendizagem de conteúdos significativos quanto a aproximação dos alunos à cultura popular.

Levar o Cordel para sala de aula implica em mostrar a vitalização do gênero cultural como ferramenta paradidática em educação e que, através de experiências vivas durante o nosso curso foi possível criar este trabalho para estabelecer a motivação em relação a esse aspecto da cultura popular e organizar ao fator principal, que é a representação, reconhecimento da origem e fruição da Literatura de Cordel.

A atividade mostrou-se de suma importância que por ser humorística, procurou também registrar a contribuição, desempenho e participação dos colegas, veiculando as nossas responsabilidades como discentes

CORDEL – Relato dos meus colegas

Paloma Matos

Paloma Matos

Magna Alves

Magna Alves

Eu quero neste momento

Eliete Batista

Eliete Batista

Com grande admiração

Falar um pouco nos amigos

Que encontrei em Lapão

Eu já escrevi cordéis

Falando em confusão

Mas agora os versos meus

Vilmonete "Vilma"

Vilmonete "Vilma"

Enfocam as distrações

Achei a iniciativa

Ser por demais pertinente

Vamos pedir a irmã Vilma

Pra deixar de sonolência

Também falando em Paloma

Eu quero só retratar

Maria Eleira "Helena"

Maria Eleira "Helena"

Que durante seu

falatório

Só em festa quer pensar

Helena por sua vez

Não perde por esperar

De mostrar seu ganha pão

De sacoleira a vagar

Catiune é metódica

Catiune Pires

Catiune Pires

Eficiente no que faz

Pois quando agarra um tema

Mostra logo que é capaz

Vanuza tudo o que faz

Vem chamar nossa atenção

Pois o seu tom de voz

Valnier Cleber

Valnier Cleber

Abala nossa audição

Paula, com todo respeito

E até com muita honra

Que sem o teu consentimento

Colocamos-te outro nome

Cleber, o estudante

Léia Mendes

Léia Mendes

É também um meninão

Que além de ser relapso

Nem sempre cumpre com a obrigação

Falando das conterrâneas

Tenho grande admiração

Léia por ser organizada

Suzana Mendes

Suzana Mendes

E Suzana com grande dedicação

Eloísa eu recordo

E nunca vou esquecer

Daquele grande entalo

Que com você aconteceu

Do murro que tu te destes

Simone Nunes

Simone Nunes

Para a voz reaparecer

Fica aqui o meu relato

E grande apreciação

Por Simone e Emanuela

Por cumprir com seus deveres

Na área de educação

Emanuela Pereira

Emanuela Pereira

Lorena é bom lembrar

E também advertir

Que procure chegar cedo

E suas tarefas cumprir

Magna e Luzimar

Preste um pouco mais atenção

Lorena Martins

Lorena Martins

Quando vir a faculdade

Deixe o comércio de mão

Dila vou te falar

Procure não zangar não

Quando apresentar teatro

Não mostre o que Cleber é não

O meu nome é Eliete

Luzimar Rodrigues

Luzimar Rodrigues

Vim em busca de instrução

Encontrei a FTC

Uma Faculdade de grande aceitação

E para finalizar

Não poderei esquecer

Da tutora Teo

Eloiza Camacam

Eloiza Camacam

E também da FTC

Instruindo muita gente

Fazendo o Brasil crescer

Dedico todos esses versos

De todo o meu coração

A 1ª turma do curso de letras

Vanuza Alves

Vanuza Alves

Da FTC (EaD) da cidade de Lapão.

Cordelista: Eliete Batista

Tutora - Teo Lima

Tutora - Teo Lima

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PRATICANDO – RELATO DE EXPERIÊNCIA

Essa experiência foi vivenciada pela professora Catiune Pires, na Escola Antonio Marculino Vieira do povoado de Aguada Nova, município de Lapão- BA, com uma turma de 5ª série, durante o seu Estágio Supervisionado I. Nome da experiência “Concurso de Poetas”. Ela apresentou na sala de aula, uma música de Guilherme Arantes, para trabalhar literatura. Nome da música Planeta água, depois trabalhou a interpretação da mesma e a partir da análise da música, cada aluno fez uma poesia, que mobilizou toda a escola para escolher a melhor, com muito entusiasmo do alunado, a primeira poesia foi premiada com uma caixa de chocolate e os demais alunos ganharam um bombom. Segundo a professora foi uma experiência muito positiva, tanto para os seus alunos como todo corpo da escola.

POESIA VENCEDORA

MEU POEMA SOBRE ÁGUA

A água que bebemos

Não devemos desgastar

Porque se destruímos

Ela vai acabar

Se agente gastar

Somos nós que vamos perder

E se ficarmos sem ela

Como é que vamos viver?

A água que nasce fonte

É serena e abre profundo grotão

Mas as águas cristalinas

Que matam a sede da população

A água que bebemos

Não devemos poluir

Senão ela parte

Deixa de existir

A água cai da chuva

Molha toda população

Por essa água tenho muito amor

Que faz bater mais forte meu coração.

Autor: Ismael Rodrigues da Conceição – 5ª série A

APRESENTAÇÃO DO "CONCURSO DE POETAS"

APRESENTAÇÃO DO "CONCURSO DE POETAS"

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ACONTECE DIVULGAÇÃO DE EVENTOS

cad_formadorGestar II – Programa Gestão da aprendizagem Escolar

Programa que objetiva a formação do professor e a melhoria do processo de ensino- aprendizagem.

Realização: MEC/ Secretaria de Educação de Lapão.

Oficinas quinzenais

Carga horária 300h

Curso para professores de Português e Matemática dos anos finais do Ensino Fundamental.

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MOMENTO LITARÁRIO – ANÁLISE CRÍTICA DE UMA OBRA

Vidas-Secas---capa-1ª-ediçãOBRA LITERÁRIA “VIDAS SECAS”

O livro “Vidas secas” de Graciliano Ramos mantém uma estrutura descontinua não- linear, como que reafirmando o isolamento, a instabilidade da família de retirantes. Fabiano, Sinhá Vitória, o menino mais velho, o menino mais novo e a cachorra Baleia.

Formado por treze capítulos que sem nexo lógico, o enredo de Vidas secas organiza-se principalmente pela proximidade, pelo primeiro: Mudanças- a chegada da família de retirantes a uma velha fazenda abandonada arruinada- e o último, Fuga- a saída da família, que diante de um novo período de seca, foge para o sul.

Além da tortura gerada pela lembrança do passado e pelo medo do futuro, o romance enfoca outras faces da opressão que se exerce sobre os membros da família.

A questão central do romance não está nos acontecimentos, mas nas criaturas que o povoam nas gravuras de madeira. O narrador nos vai decifrando sua humanidade embotada, confundida com a paisagem áspera do sertão, neste romance transcende o regionalismo e seu contexto específico – a seca do Nordeste, a opressão dos pobres, a condição animalesca em que vivem e para esculpir o ser humano e universal.

Graciliano Ramos foi um escritor extremamente cuidadoso, quanto à forma de seus livros. Reescrever seus livros sem cessar, procurando retirar dele tudo àquilo que considerasse excesso. De estilo excuto Graciliano sempre foi considerado como exemplo de elegância e de elaboração.

vidassecas

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DIVULGANDO APRENDIZADOS – EXPOSIÇÃO DE TRABALHOS/TEXTOS

Atividade realizada em sala de aula - FTC EAD

Atividade realizada em sala de aula - FTC EAD

ATIVIDADE DE TUTORIA

ATIVIDADE DE TUTORIA

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MOMENTO DA TUTORIA

stopDINAMICA – STOP

Material:

Tabela com o nome das classes de palavras, tiras de cartolina com frases, caneta e/ou lápis.

Objetivo:

Despertar no educando: curiosidade,  habilidade,  participação, agilidade e raciocínio, interação e domínio de conteúdo.

Metodologia:

Com empenho e concentração a dinâmica pedagógica será desenvolvida individual ou em dupla, procurando motivar o aluno a despertar a participação e agilidade para a recapitulação de conteúdo.

No decorrer, o professor mostra uma frase escrita na tira de cartolina.

Exemplo: Ontem a meninada estava animada, pois iria participar de um campeonato de futsal, onde João seria o craque.

Com agilidade o aluno procura preencher a tabela, pois quem primeiro terminar, grita: STOP, e os demais por determinação têm que parar. Em seguida será feita a correção pelo professor. Cada acerto vale um ponto. Prosseguindo, o professor, mostra outra frase e assim por diante.

A dinâmica foi desenvolvida numa turmade  1ª série do Ensino Médio e poderá ser desempenhada em qualquer área de ensino e em qualquer série do Ensino Fundamental ou Ensino Médio.

Resultado:

Por se tratar de disputa e competição, a dinâmica é desenvolvida com sucesso, pois a essência é, aquele que fizer maior número de acerto, ganha o jogo.

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DIALOGANDO COM AS LÍNGUAS

curiosidades

SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA

O verbo DELATAR foi aportuguesado

Academia Brasileira de Letras lançou em setembro um vocabulário com 6.000 palavras novas que estavam em uso, mas não eram oficiais. A expressão “deletar um arquivo de computador” não é mais jargão de quem lida com informática, embora já existisse o verbo delir. O termo passa a ser aceito como uma palavra da língua portuguesa escrita no Brasil.
…………Deletar faz parte das novas palavras incluídas na recente edição do “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”, que foi lançada pela Academia Brasileira de Letras (ABL). Além de reconhecidas, as novas palavras passam a ter uma grafia oficial definida. Agora é possível “deletar um arquivo”, “assistir a uma teleconferência” e até “tomar suco de acerola” – fruta hoje comum no mercado, mas rara nos dicionários.
…………Também foram incluídos outros termos da informática. Eles se somam às 400 mil palavras catalogadas na primeira edição do vocabulário, de 1943. Diferentemente de um dicionário, que se preocupa em explicar o significado de uma palavra, um vocabulário apenas lista as palavras. Seu objetivo é consolidar a grafia delas (o modo como são escritas), classificá-las segundo o gênero (masculino ou feminino) e categoria morfológica (substantivo, adjetivo, etc.). É também um instrumento normatizador oficial, por ter sido feito pela Academia.

Stress a brasileira!

…………Antigamente falava-se em estafa. Hoje temos a palavra inglesa stress que, porém, já está abrasileirada (ou aportuguesada, se preferirem). Quem quiser ficar estressado agora, sinta-se à vontade.

Saiba como surgiram as diferenças regionais do português brasileiro:

…………1) Tupi importado: A Amazônia fala de um modo bem diferente do vizinho Nordeste. A razão para isso é que lá quase não houve escravidão de africanos. Predominou a influência do tupi, língua que não era falada pelos índios da região, mas foi importada por jesuítas no processo de evangelização.
…………2) Minha tchia: O litoral nordestino recebeu muitos escravos negros, enquanto o interior encheu-se de índios expulsos da costa pelos portugueses. Isso explica algumas diferenças dialetais. No Recôncavo Baiano, o “t” às vezes é pronunciado como se fosse “tch”. É o caso de “tia”, que soa como “tchia”. Ou de “muito”, freqüentemente pronunciado “mutcho'”. No interior, predomina o “t” seco, dito com a língua atrás dos dentes.
…………3) Maternidade: A exploração do ouro levou gente do Brasil todo para Minas no século XVIII. Como toda a mão-de-obra se ocupava da mineração, foi necessário criar rotas de comércio para importar comida. Uma delas ligava a zona do minério com o atual Rio Grande do Sul, onde se criavam mulas, via São Paulo. As mulas, que não se reproduzem, eram constantemente importadas para escoar ouro e trazer alimentos. Também espalharam a língua brasileira pelo centro-sul.
…………4) Chiado europeu: Quando a família real portuguesa mudou-se para o Rio, em 1808, fugindo de Napoleão, trouxe 16.000 lusitanos. A cidade tinha 50 mil habitantes. Essa gente toda mudou o jeito de falar carioca. Data daí o chiado no “s”, como em “festa”, que fica parecendo “feishta”. Os portugueses também chiam no “s”.
…………5) Tu e você: Os tropeiros paulistas entraram no Sul no século XVIII pelo interior, passando por Curitiba. O litoral sulista foi ocupado pelo governo português na mesma época com a transferência de imigrantes das Ilhas Açores. A isso se deve a formação de dois dialetos. Na costa, fala-se “tu”, como é comum até hoje em Portugal. No interior de Santa Catarina, adota-se o “você”, provavelmente espalhado pelos paulistas.
…………6) Porrrrta: Até o século passado, a cidade de São Paulo falava o dialeto caipira, característico da região de Piracicaba. A principal marca desse sotaque é o “r” muito puxado. A chegada dos migrantes, que vieram com a industrialização, diluiu esse dialeto e criou um novo sotaque paulistano, fruto da combinação de influências estrangeiras e de outras regiões brasileiras.

Dialeto: variedade regional ou social de uma língua; linguajar ( Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa – Folha/Aurélio, 1994/1995, p. 220).

…………Na “Nova Gramática do Português Contemporâneo” (Celso Cunha e Lindley Cintra), Antenor Nascentes distingue dois grupos de dialetos brasileiros – o do Norte e o do Sul – ocorrendo subdivisões:
a) Dialetos do Norte: o amazônico e o nordestino;
b) Dialetos do Sul: o baiano, o fluminense, o mineiro e o sulista.

Fonte: http://www.ufv.br/tutoria/portugues/curio_deletar.htm

voce_sabiaCURIOSIDADES SOBRE A LÍNGUA INGLESA

Veja algumas curiosidades sobre a língua inglesa!

1- Você sabia que 50% dos negócios e 2/3 de todos os papéis científicos no mundo são escritos em inglês?

2- Você sabia que o inglês moderno (Modern English) só cemeçou a ocorrer a partir do século XVI. Houve a transição do Middle English para Modern English. Isso derivou-se devido à influência do período da Renascença e assim, muitas palavras passaram a fazer parte da língua inglesa.

Só Shakespeare criou mais de 1600 palavras!

Veja um exemplo da mudança do inglês médio para o inglês moderno: LOVETH pata LOVES; HATH para HAS.

3- Você sabia que a forma do plural germânico como em house – housen; shoe – shoen foi substituída pela forma pluralizada da língua francesa por adicionar o -S (house – houses; shoe – shoes).

Apenas algumas palavras conservaram a forma germânica como em MEN, OXEN, FEET, TEETH, CHILDREN.

Fonte: http://teacherangela.spaceblog.com.br/301484/Algumas-curiosidades-sobre-a-lingua-inglesa/

Hello world!

junho 1, 2009

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